Foi animada a conversa com Jorge Valadas
Jorge Valadas, ativista e autor libertário (Charles Reeve) esteve no Musas no dia 12 de maio, sexta, para uma conversa centrada na atualidade das lutas sociais em França.
Nascido em Lisboa em 1945, foi desertor e opositor da Guerra Colonial, chegando a Paris em 1967, mesmo a tempo de viver o Maio 68 bem por dentro. É autor de “Crónicas Portuguesas”, “Portugal L´Autre Combat”, “Portugal numa Europa de Geometria Variável”, “O Tigre de Papel”, “Portugal: A Concepção Golpista da Revolução Social”, “Viajantes à Beira Duma América em Crise”, “O Socialismo Selvagem”, “Les Mots Qui Font Peur”, “La Révolution Fut une Belle Aventure”, “China Blues” e “Le Suspect de l´Hôtel Falcón”, além de numerosos artigos e participação em várias revistas e jornais, como os “Cadernos de Circunstância”, e “AbIrato”, só a título de exemplo.
O debate travado no MUSAS pôs em destaque uma nova predisposição para o combate social e a recusa da imposição a todo o custo de retirada de direitos (o aumento da idade da reforma) aos trabalhadores franceses. Inesperadamente, de toda a sociedade, em particular da juventude, veio uma solidariedade que não parecia possível. Também o papel tradicional dos sindicatos como mecanismo de concertação, parece estar em causa, com a imposição direta feita pelo Governo abertamente ao lado do capital.
A recente vaga de novas sindicalizações que aponta uma vontade de resistir à opressão por parte dos trabalhadores em França irá necessariamente confrontar-se com a acomodação das lideranças sindicais ao seu papel de intermediação…
Tudo isto… em França… pode muito bem ser a antecâmara de uma tendência mais geral, nestes tempos de acelerada e generalizada baixa tendencial da taxa de lucro.