QUINTA MUSAS DA FONTINHA

Quem somos

O projeto Quinta Musas da Fontinha (QMF) é uma experiência social comunitária traduzida na forma de uma horta urbana que se pretende aberta e que se expressa em algumas vertentes essenciais:
ao nível da prática agrícola assenta numa ideia-base de sustentabilidade e preservação dos recursos do planeta, comprometida na sua responsabilidade ecológica, caminhando no sentido dos princípios da permacultura e da agricultura biológica;
ao nível organizacional, por sua vez, assenta numa perspetiva de fomentar os contributos individuais e a autonomia dos seus participantes, em respeito da sua inserção numa prática de cooperação ativa e na decisão horizontal e por consenso, potenciada pela operacionalização das suas experiências através da criação de grupos de trabalho responsáveis e na assunção das suas limitações, e por isso mesmo, disponível para a correção dos seus erros e a evolução do seu trabalho, prezando a formação e a auto-aprendizagem dos seus participantes, e sendo um projeto vivo e em andamento;
ao nível comunitário, preza a sua inserção no meio em que se encontra, pretendendo uma relação de entendimento e cooperação com os seus vizinhos na comunidade local e o alargamento dessa cooperação, estendendo o entendimento da sua atividade além da prática agrícola, pela reflexão sobre o seu papel e o dos seus participantes no mundo que partilhamos, através de todas as formas, incluindo a aprendizagem organizada e o debate, a cultura e a arte.

O projeto Quinta Musas da Fontinha combate o consumo irresponsável e opõe-se à mercantilização da vida, procurando que as suas escolhas limitem ao indispensável o recurso ao dinheiro nas suas atividades. Não pretende, de forma alguma, constituir-se em qualquer forma de negócio, mas um projeto onde a sustentabilidade seja o foco principal da sua atividade, proporcionando uma experiência que vai muito para além da simples gestão da atribuição de lotes.

Como funcionamos

Do ponto de vista da sua concretização a Quinta Musas da Fontinha criou-se e cresceu com base nos contributos dos seus participantes que nela viram uma forma de ajudar a levar à prática os seus projetos, inseridos na ótica dos seus pressupostos básicos. Dentro dela surgiram vários projetos, tais como o Banco de Sementes, a Universidade Livre Quinta Musas da Fontinha, a Agrofloresta, o Galinheiro, os Miradouros das Aromáticas, a Biblioteca, ainda que alguns deles, de momento, tenham sido entretanto abandonados ou se encontrem em estado de revisão. Há também alguns projetos até hoje ainda não concretizados, como o Forno do Pão, a Horta Pedagógica Infantil, a Horta das Tintureiras.
Para melhor operacionalização do trabalho os hortelãos assumem também, voluntariamente, responsabilidades específicas, como tarefas relacionadas com os projetos referidos, ou ainda outras decorrentes de necessidades do funcionamento da quinta, tais como a gestão da água, tarefas rotineiras (almoço comunitário e limpezas) ou de modelação do espaço (plantações comuns, melhoramentos) e ainda atividades cuturais e de comunicação.
A quinta organizou-se com base num parcelamento em talhões de cerca de 25 m2 e numa distribuição com autonomia e responsabilidade comunitária, individual, familar ou de grupo, por cada um. Para uma melhor identificação, cada talhão foi identificado com o nome de uma fruta (estando neste momento em atividade, depois de arroteada a terra, as hortas Ameixa, Amora, Ananás, Avelã, Banana, Caju, Castanha, Diospiro, Figo, Fisális, Framboesa, Laranja, Limão, Maçã, Maracujá, Mirtilo, Pêssego, Romã, Tamarindo, Tangerina e Uva). A criação de mais hortas de cultivo ou, se tiver que ser, a sua supressão, será resultado do trabalho comunitário nas circunstâncias particulares em que a quinta se constituiu, espraiando-se por terrenos da autarquia, terrenos de vizinhos, que preferiram o nosso cultivo ao abandono, e terrenos arrendados ao Musas.

De onde vimos

Do ponto de vista geográfico, histórico e institucional, a Quinta Musas da Fontinha (QMF) é um projeto autónomo do Espaço Musas – secção cívica e cultural do Sport Musas e Benfica.
O Sport Musas e Benfica é uma associação desportiva e recreativa com cerca de 80 anos de existência, e conhecida abreviadamente como Musas. Todos os participantes da QMF são associados do Musas ou enquadrados por estes. Neste momento o Musas tem ativa uma equipa de xadrez e está inscrita na Federação Portuguesa de Xadrez, participando em provas de nível distrital ou nacional.
A sede do Musas é na Rua do Bonjardim no número 998, Porto, ocupando a Quinta a encosta a montante (donde se avista o mar), situada entre as zonas do Bonjardim e da Fontinha.
A criação da QMF prende-se com o resgate dessa encosta (antes abandonada e transformada em silvado impenetrável e lixeira a céu aberto), para a produção agrícola, projeto iniciado por alguns associados do Musas, ainda antes da criação formal da Quinta Musas da Fontinha.
Esta surgiu na sequência da prática de cooperação e abertura sempre defendida pelo Musas, e resultou do grande impulso que lhe foi dado, no princípio de 2011, com a colaboração da então associação informal Movimento Terra Solta.

A Quinta mantém uma postura aberta de cooperação e espera a visita de todos os que se revejam no seu projeto e aceitem a sua forma de organização, estando disponível para os acolher, sempre numa base de responsabilidade individual e de contributo para um projeto comum.

Princípios básicos

  1. Os participantes devem ser associados do Musas.
  2. As propostas comuns e/ou ações que digam respeito à “Quinta Musas da Fontinha” na globalidade, têm de ser discutidas em Assembleia e decididas por consenso.
  3. As técnicas agrícolas que os associados podem realizar têm de respeitar os conceitos da Agricultura Biológica, Biodinâmica ou Permacultura;
  4. Cada associado deve alimentar o compostor com resíduos orgânicos;
  5. Cada associado tem de colaborar com a limpeza do seu lote, e dos espaços comuns;
  6. A “Quinta Musas da Fontinha”, promoverá sempre que puder, formações, oficinas, concertos, festas, feiras e outros eventos com vista a ampliar a divulgação, partilhar conhecimento, criar momentos de convívio e angariar fundos para as despesas;
  7. As ferramentas deixadas para uso comum pelos participantes têm de ser mantidas e conservadas em bom estado pelos utilizadores;
  8. Em sessões de trabalho comunitário as ferramentas têm de ser depositadas no ponto de encontro definido, e no final sempre guardadas no local definido;
  9. O espaço interior do Musas tem de ser mantido e limpo pelos participantes.

Contato: quintamusasdafontinha@gmail.com

Notícias e novidades: musas.pegada.net
Facebook: https://www.facebook.com/hortaquintamusasdafontinha/?ref=hl

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